Vaticano veta mulheres servirem a igreja Católica como diaconisas
Vaticano vota contra diaconisas por 7 a 1, mantém clero masculino, mas relatório indica que a decisão não é definitiva e pode ser revista
A comissão de alto escalão do Vaticano votou contra a possibilidade de mulheres católicas servirem como diaconisas, mantendo, assim, um clero predominantemente masculino.
Um relatório publicado nesta quinta-feira (04) apontou que, após uma votação feita para decidir se as mulheres poderiam ou não ser diaconisas, o resultado terminou com sete votos contra e um a favor. Esse resultado foi considerado negativo, pois levou em conta as evidências históricas e a atual interpretação teológica para admitir que a mulher ocupe esse cargo dentro da Igreja.
Entretanto, no relatório publicado, a avaliação do grupo não é definitiva, e essa decisão pode mudar futuramente, já que “não permite, até o momento, a formulação de um julgamento definitivo”. Por anos, esse debate vem acontecendo dentro e fora da Igreja Católica para que mulheres possam ter o cargo de diaconisas, assim fazendo parte do clero. Elas iriam auxiliar nos serviços da Igreja, mas não celebrar a missa.
Função de um diácono
Diáconos católicos têm a função de batizar pessoas, testemunhar casamentos e presidir funerais, entre outras atividades. Em algumas partes do mundo, eles se tornam líderes da igreja na ausência de um padre, mas não podem realizar a missa.
Ocupando o maior cargo da Igreja Católica por doze anos (2013–2025), o papa Francisco, antes de seu falecimento em março deste ano, ordenou que fossem feitos estudos sobre a possibilidade de as mulheres ocuparem esse cargo. Todo esse processo foi sigiloso, e o resultado só foi divulgado nesta quinta-feira.
Papa Francisco lidera Via Sacra na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. (Foto: reprodução/Buda Mendes/Getty Images Embed)
Opinião do atual papa
O papa Leão 14°, desconhecido da mídia até ser eleito o sucessor de Francisco, não emitiu nenhuma opinião se é contra ou a favor dessa importante decisão até o momento.
Outro papa importante na história da Igreja Católica, João Paulo 2°, que ficou no papado durante o período de 26 anos (1978–2005), proibiu que as mulheres servissem como sacerdotes, mas não disse especificamente nada sobre a proibição de servirem como diaconisas.
Quem defende que as mulheres possam servir como diaconisas aponta que, em uma das cartas do apóstolo São Paulo, é mencionada uma mulher que seria diaconisa, chamada Febe. Isso nos primeiros séculos da Igreja.
