Pesquisa divulga dados sobre a violência digital contra mulheres
Relatório afirmou que crimes digitais contra mulheres estão aumentando e que, em sua maioria, vêm por meio de mensagens com ofensas e ameaças
Nos últimos dias foi divulgada pelo DataSenado, em conjunto com o Observatório da Mulher, a 11ª Pesquisa Nacional de Violência contra a mulher. Conforme o relatório, nos últimos anos, 1 em cada 10 mulheres com idades acina de 16 anos já sofreu algum tipo de violência digital. A pesquisa, há 20 anos, monitora a percepção das mulheres sobre a violência doméstica. Nesta edição foram ouvidas 21.641 mulheres moradoras de todos os estados do Brasil e mais o Distrito Federal.
Dados da pesquisa
No inicio da pesquisa, perguntaram para todas as mulheres entrevistadas se, nos últimos 12 meses, elas sofreram algum tipo de violência por meios digitais vindo de algum familiar, companheiro ou pessoa próxima.
Os dados dizem que 94% das mulheres entrevistadas já receberam mensagens ofensivas e ameaças regularmente. 96% das entrevistadas já tiveram contas e dispositivos invadidos e já sofreram com mentiras espalhadas nas redes sociais. 97% tiveram perfis falsos criados para propagar a difamação. 98% já tiveram sua imagem ou voz usadas com o objetivo de causar constrangimento, humilhação, assédio e ameaça. 99% dessas mulheres já tiveram vídeos íntimos divulgados na internet sem a sua autorização.
uma em cada dez mulheres com mais de 16 anos já sofreu alguma violência digital (Foto: reprodução / NurPhoto / Getty Images Embed)
A pesquisa também afirma que 33% das mulheres já passaram, no último ano, por pelo menos 1 tipo de violência das 19 que eles listaram. Dessa lista de tipos de violência, eles classificaram 13 como violência geral e 6 como violência digital. O estudo ainda especificou que os tipos de violência mais frequentes são o de insultar, humilhar, assediar e acusar falsamente.
Violência digital
A violência digital é uma das que mais cresce atualmente. E a lei 12.737/2012, também conhecida como a lei Carolina Dieckmann, foi um divisor de águas no combate aos crimes cibernéticos. Ela foi responsável por alterar o código penal brasileiro, e após a atriz ter tido seu computador hackeado e suas fotos íntimas vazadas, a invasão de dispositivos eletrônicos se tornou crime. Ainda em 2012, foi decretada uma lei que diz que os Estados devem ter delegacias especializadas em crimes digitais.
A pesquisa também definiu a invasão de contas nas redes sociais, o golpe com boletos e sites de compra falsos, a extorsão e divulgação de vídeos íntimos sem consentimento, injúria e mensagens ofensivas pela internet e o estelionato digital como os crimes digitais mais conhecidos.
