Trump elogia conversa com Lula e fala em parceria “produtiva” com o Brasil

A conversa por telefone entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta terça-feira (2), inaugurou um novo momento na relação entre os dois governos. O contato, que durou cerca de 40 minutos, foi tratado pelas duas equipes como um gesto político importante e carregado de sinais de cooperação. O diálogo abordou desde questões comerciais até estratégias conjuntas para enfrentar o crime organizado internacional.

Durante o telefonema, Lula voltou a cobrar a retirada de tarifas adicionais aplicadas a produtos brasileiros. Embora parte dessas taxas tenha sido suspensa recentemente, o governo brasileiro afirma que o tema ainda precisa avançar para destravar setores prejudicados pelas sobretaxas. Trump reconheceu a pauta e indicou que há disposição para revisar pontos específicos das políticas adotadas nos últimos anos, segundo o Planalto.

Cooperação policial ganha espaço na conversa

Outro tema que ocupou grande parte da ligação foi a segurança pública. Lula relatou operações recentes feitas no Brasil que identificaram o funcionamento de facções a partir de outros países e defendeu maior troca de informações com autoridades norte-americanas. A avaliação dentro do governo é que uma atuação conjunta pode acelerar investigações e atingir financeiramente grupos criminosos com ramificações internacionais.

Lula fala sobre segurança pública com Trump (Vídeo: reprodução/YouTube/@CNNbrasil)

Nas redes sociais, Trump classificou o diálogo como “produtivo” e afirmou que espera encontrar Lula novamente em breve. O presidente norte-americano também mencionou que vê espaço para ampliar acordos comerciais e ações coordenadas entre os dois países. Segundo ele, a conversa reforçou um entendimento construído em reuniões anteriores e abre margem para novas parcerias.

Brasil pede ritmo mais rápido nas negociações

De acordo com o Planalto, Lula demonstrou interesse em avançar com mais velocidade na pauta econômica, especialmente na revisão de tarifas sobre alimentos e produtos agrícolas. O governo brasileiro avalia que a redução dessas barreiras pode fortalecer exportações e beneficiar setores que dependem do mercado norte-americano.

Ao final da chamada, ficou acertado que equipes técnicas dos dois países voltarão a se reunir em breve para detalhar propostas tanto na área de comércio quanto na de segurança. A expectativa é que o diálogo iniciado nesta terça sirva como base para uma aproximação mais constante entre os governos.