Marcas de luxo são alvo de investigações na Itália, confira quais
Operação atinge 13 marcas de luxo sob suspeita de exploração trabalhista; ministro da indústria busca proteger o mercado interno através de certificações
Treze marcas de luxo italianas foram alvo de operações policiais nesta quarta-feira (3). A polícia italiana realizou buscas nas sedes de empresas internacionalmente conhecidas no ramo de moda e artigos de luxo, entre elas estão Dolce & Gabbana, Versace, Prada, entre outras.
Segundo judiciais, as operações foram realizadas para averiguar suspeitas de exploração trabalhista em oficinas terceirizadas. O objetivo das operações era recolher documentos sobre governança e o controle da cadeia de abastecimento das empresas.
Fachada de uma loja da Prada (Foto: reprodução/Cheng Xin/Getty Images Embed)
Os promotores responsáveis pelo caso afirmaram que não requisitaram a imposição de uma administração judicial para nenhuma das empresas envolvidas nas operações. Nenhuma das empresas está sob investigação, as marcas apenas receberam ordens para apresentar os documentos exigidos pelas autoridades.
A seguir está uma lista de todas as treze marcas que foram alvo das operações de busca:
- Dolce & Gabbana;
- Gianni Versace;
- Prada;
- Adidas;
- Off-White;
- Missoni;
- Ferragamo;
- Givenchy;
- Alexander McQueen;
- Gucci;
- Yves Saint Laurent;
- Cris Conf. (Pinko);
- Coccinelle;
Protegendo a indústria interna
Cerca de 50% a 55% da produção de bens de luxo, especialmente os relacionados à moda, do mundo é feita na Itália. O país abriga milhares de pequenos fabricantes. As investigações conduzidas por magistrados italianos revelaram a presença de uma exploração generalizada da mão de obra utilizada na produção desses bens de luxo.
Em outubro, o Ministro da Indústria da Itália, Adolfo Urso, declarou que o governo italiano teria apresentado um projeto de lei que visava criar uma certificação legal para as fabricantes de artigos de luxo italianas.
“Com a medida, será possível garantir a segurança da cadeia de suprimentos da moda italiana, um orgulho do ‘Made in Italy’, e proteger sua reputação em todo o mundo”, afirmou o ministro. Através dessa iniciativa, as marcas poderiam obter uma certificação que comprovasse a conformidade de suas cadeias de suprimentos.
Documentos avaliados
A lista de documentos que deverá ser entregue às autoridades italianas é extensa. Primeiramente devem ser entregues documentos relacionados com a governança, como certidões, histórico de registros de contratação de serviços, organogramas corporacionais, entre outros.
Em seguida deverão ser entregues os documentos de controle interno, em seguida as avaliações de risco e por último os promotores analisaram a área de auditoria.
Vitrine de loja da marca Alexander McQueen (Foto: reprodução/NurPhoto/Getty Images Embed)
Outros cinco grupos de moda de luxo foram alvo de medidas semelhantes por parde da justiça italiana nos últimos dois anos, essa série de casos manchou a reputação de alguns dos maiores nomes do mercado.
Diversas marcas italianas assinaram, em maio, um acordo com as autoridades jurídicas e policiais da Itália onde se comprometeram a combater a exploração de mão de obra na produção de seus produtos.
