Caso Jeffrey Epstein: novas imagens de sua ilha particular são divulgadas
Imagens divulgadas pelo governo americano da ilha privativa de Jeffrey Epstein abre brecha para novas investigações dos abusos cometidos contra mulheres
Nesta quarta (3), foi divulgado pelos deputados democratas do Comitê de Supervisão da Câmara dos Estados Unidos, fotos e vídeos de uma ilha particular na qual o falecido criminoso Jeffrey Epstein era proprietário. Essa divulgação trouxe novamente todos os abusos cometidos por Jeffrey contra meninas e mulheres.
Ilhas Virgens Americanas
Um assessor contou para a CNN que essa mansão está localizada na ilha Little St. James, no arquipélago das Ilhas Virgens Americanas, e comentou que essas imagens nunca foram divulgadas. Nas imagens são mostrados os quartos, banheiros e um cômodo com máscaras presas na parede e com uma cadeira de dentista. O vídeo também foca em um telefone fixo com vários nomes escritos nos botões de discagem rápida. No escritório, tinha uma lousa com as palavras “poder”, “engano”, “conspirações” e “político” escritas. Já na parte externa, o jardim da casa lembram um resort de luxo, com piscina, palmeiras e vista para o oceano.
Robert Garcia, líder democrata, falou através de um comunicado que explicava o objetivo da investigação e o porquê de eles estarem divulgando as imagens e que elas mostram o quanto os crimes de Epstein são perturbadores. “Estamos divulgando essas fotos e vídeos para garantir a transparência pública em nossa investigação e para reconstruir o quadro completo dos crimes horríveis de Epstein”, ele completou. A divulgação desse material também ficou conhecida como “Arquivo Epstein” e só aconteceu depois que o presidente Donald Trump sancionou uma lei que obriga a liberação de todos os documentos que estejam relacionados com Jeffrey pelo Departamento de Justiça.
As Ilhas Virgens Americanas são o palco de grande interesse para os investigadores responsáveis por investigar todos os abusos cometidos por Epstein durante décadas. Ele aproveitava a privacidade que a ilha oferecia e convidava amigos e conhecidos ricos, e colocava em prática sua rede de tráfico sexual longe do público.
Jeffrey Epstein morreu em agosto de 2019 (Foto: reprodução/Rick Friedman/Getty Images Embed)
Uma das vítimas mais conhecidas de Jeffrey, Virginia Giuffre, contou em suas memórias póstumas que, quando ela tinha 18 anos, foi em uma dessas ilhas que ela foi traficada para um homem que a estuprou e foi estrangulada até perder a consciência. Apesar de não ter citado nome, ela deixou claro que se tratava de um líder mundial.
Em 2023, as duas ilhas foram compradas pelo investidor bilionário Stephen Deckoff, que se recusou a responder os comentários para a CNN.
As investigações
O Comitê de Supervisão da Câmara dos Representantes fez o pedido a Gordon Rhea, o procurador-geral das Ilhas Virgens Americanas, de uma série de documentos para investigar detalhadamente a vida de Epstein em suas ilhas privadas. O comitê afirma que Jeffrey se aproveitou de suas relações pessoais e comerciais para ter isenções, além de ter subornado autoridades locais.
Em 2020, foi movido um processo pelas Ilhas Virgens Americanas contra Epstein, onde supostamente um acordo milionário foi feito. O presidente do Comitê, o deputado republicano James Comer, quer detalhes desse processo e declarou em uma carta de intimação que esses documentos vão auxiliar nas investigações do governo federal.
Atualmente, o comitê está analisando a possibilidade de ampliar as investigações, assim buscando novos alvos. Chegou às mãos do comitê um documento com aproximadamente 5.000 páginas, sendo respostas das intimações que solicitavam os registros financeiros de Epstein.
Os republicanos dizem que as finanças de Epstein são uma valiosa fonte de informações e que a cada documento, e-mail ou informações recebidas sobre o espólio de Epstein, abrem caminhos para novas linhas de investigações. Já os democratas criticaram a ação de seus opositores por divulgarem as imagens e as divulgações estão sendo feitas de maneira seletiva.
