Investigação aponta que Silvinei Vasques planejava deixar o Brasil, rumo a El Salvador

A Polícia Federal apura indícios de que o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, tentou deixar o Brasil por uma rota internacional que incluía passagem pelo Panamá, com destino final a El Salvador. A investigação ganhou novos contornos após a tornozeleira eletrônica usada por Silvinei deixar de emitir sinais de localização na madrugada do Natal, poucas horas antes de ele ser preso no Paraguai portando um passaporte falso.

Segundo informações reunidas no inquérito, a interrupção do monitoramento eletrônico ocorreu durante a madrugada do dia 25 de dezembro, o que acionou alertas automáticos nos sistemas de controle. A prisão no país vizinho aconteceu ainda no mesmo dia, reforçando a suspeita de que o ex-dirigente buscava se evadir do território nacional.

Prisão fora do país

Silvinei foi detido por autoridades paraguaias ao apresentar um documento de viagem considerado irregular durante fiscalização migratória. O passaporte falso levantou suspeitas imediatas e levou à comunicação com órgãos de segurança brasileiros. Após a confirmação da identidade, a prisão foi formalizada.

A PF avalia que a detenção no exterior impediu a conclusão de um plano de deslocamento mais amplo, que poderia dificultar eventual cumprimento de medidas judiciais impostas no Brasil.

Identidade falsa usada por Silvinei Vasques (Foto: Reprodução/Polícia do Paraguai)

Em nota, a defesa do ex-dirigente nega a intenção de fuga e afirma que não houve planejamento deliberado para descumprir determinações judiciais. Os advogados sustentam que o rompimento do sinal da tornozeleira será esclarecido e que haverá colaboração com as autoridades.

Rota internacional sob apuração

Relatórios da investigação indicam que o ex-diretor da PRF teria estruturado uma rota internacional com saída indireta do Brasil. O trajeto identificado inclui escala no Panamá e possível permanência em El Salvador, país que não exige visto imediato para brasileiros em determinadas condições.

Os investigadores afirmam que há registros de consultas, contatos e movimentações financeiras compatíveis com a organização prévia da viagem.

Desdobramentos do caso

A prisão no Paraguai e o uso de documento falso passam a integrar o conjunto de elementos analisados pela Justiça Federal. Caso confirmada a tentativa de evasão, o episódio pode resultar em novas medidas cautelares e agravamento da situação processual do ex-diretor da PRF.

O Ministério Público acompanha o caso e avalia os próximos passos com base nas informações reunidas pelas autoridades brasileiras e estrangeiras.