Defesa de Bolsonaro solicita transferência para cirurgia ao STF
Diagnosticado com hérnia inguinal bilateral, defesa solicita internação para cirurgia; o procedimento não foi considerado emergencial pela perícia médica
Em pedido feito ao Supremo Tribunal Federal (STF), a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu que ele seja transferido da sede da Polícia Federal, em Brasília, onde está cumprindo sua pena, para um hospital particular para a realização de uma cirurgia.
A Procuradoria-Geral da República tem um prazo de 24 horas para apresentar um parecer sobre o pedido. Após uma resposta por parte da PGR, o ministro do STF, Alexandre de Moraes, relator do caso, deve decidir se autoriza ou nega o pedido de transferência.
O que disse a defesa de Bolsonaro
Em um documento oficial apresentado pelos advogados de Jair Bolsonaro, a equipe médica responsável pela saúde do ex-presidente informa que, caso o pedido de transferência seja aprovado, a cirurgia deve ocorrer na quinta-feira (25):
“A fim de que cirurgia indicada pela equipe médica e confirmada pela perícia realizada pela Polícia Federal seja realizada, e conforme agenda da equipe médica responsável pelo procedimento cirúrgico, requer-se que o Peticionário seja conduzido e internado no hospital DF Star, na data de amanhã, quarta-feira, dia 24 de dezembro, a fim de que possa ser submetido aos exames necessários e preparatórios ao procedimento cirúrgico”
O STF já havia autorizado que Bolsonaro passasse por procedimento cirúrgico, entretanto, com o diagnóstico passado pela Perícia da Polícia Federal e pela equipe médica do ex-presidente, o procedimento foi considerado eletivo, que necessita de um agendamento prévio.
Ministro Alexandre de Moraes, relator do caso de Bolsonaro (Foto: reprodução/Bloomberg/Getty Images Embed)
Perícia médica e laudo
De acordo com a perícia realizada pela Polícia Federal, Bolsonaro foi diagnosticado com hérnia inguinal bilateral, um problema que, apesar da existência de modos alternativos de tratamento, a principal recomendação médica é a realização de uma intervenção cirúrgica.
Entretanto, o quadro de Jair Bolsonaro e o procedimento solicitado por sua defesa não foram enquadrados como emergenciais e a cirurgia foi classificada como um procedimento eletivo, o que significa que não precisa ser realizada imediatamente, não apresentando nenhum risco de vida ou piora súbita da condição do paciente.
Apoiadores de Jair Bolsonaro em manifestação em frente do prédio em que está detido (Foto: reprodução/Evaristo SA/Getty Images Embed)
Apesar da autorização da realização da cirurgia, Moraes negou o pedido de prisão domiciliar humanitária feito pela defesa do ex-presidente. O ministro destacou os descumprimentos de medidas cautelares cometidos por Bolsonaro como episódios que reforçam a necessidade de sua permanência em regime fechado.
