Morre Brigitte Bardot, ícone do cinema francês e símbolo da liberdade feminina
Ícone do cinema francês e ativista animal, Brigitte Bardot morre neste domingo (28), aos 91 anos, após uma vida marcada por estrelato, polêmicas e militância
Brigitte Bardot, ícone do cinema francês e símbolo da liberdade feminina, faleceu neste domingo (28), aos 91 anos. Mundialmente conhecida desde a década de 1950, Bardot marcou o cinema com sua sensualidade e presença única, antes de abandonar as telas para se dedicar à defesa dos animais. A Fundação Brigitte Bardot anunciou sua morte, destacando sua trajetória artística e dedicação à proteção animal. As causas da morte ainda não foram divulgadas.
Ascensão e legado cinematográfico
Nascida em Paris em 1934, Bardot começou sua trajetória artística no balé clássico e na moda, estreando no cinema em 1952. A projeção internacional veio em 1956 com “E Deus Criou a Mulher“, de Roger Vadim, que revolucionou a forma como mulheres eram retratadas na tela e consolidou Bardot como símbolo sexual e ícone de autonomia feminina. Ao longo de sua carreira, atuou em 56 filmes, incluindo A Verdade (1960), O Desprezo (1963) e Viva Maria! (1965), influenciando a moda, o comportamento e a estética feminina globalmente.
Sua vida pessoal também gerou fascínio e controvérsia. Bardot desafiou convenções sociais em público, vivendo seus relacionamentos sem reservas e se tornando referência de independência feminina, sendo elogiada e criticada por sua postura sem filtros. Simone de Beauvoir chegou a resumir seu impacto: “Ela faz o que lhe agrada, e é isso que perturba”.
Paixão pelo Brasil e ativismo animal
Em 1964, Bardot buscou anonimato no Brasil, passando três meses em Armação dos Búzios, então um vilarejo de pescadores. Sua presença transformou o local em destino turístico, que hoje conta com a Orla Bardot e uma estátua em sua homenagem. Décadas depois, a atriz descreveu o período como um refúgio de simplicidade e liberdade.
Estátua em homenagem à Brigitte Bardot, em Armação de Búzios, Rio de Janeiro (Foto: reprodução/Luis Alvarenga/Getty Images Embed)
Em 1973, aos 38 anos, Bardot decidiu encerrar sua carreira artística, cansada da fama e da perseguição dos paparazzi, e passou a dedicar-se integralmente à defesa animal. Fundou a Fundação Brigitte Bardot, combatendo a caça de focas, touradas, uso de animais em testes laboratoriais e promovendo a proteção de espécies ameaçadas. Bardot considerava os animais sua verdadeira família e afirmou que a militância a salvou do desgaste psicológico causado pela fama.
Polêmicas e posições políticas
Nos anos finais de sua vida, Bardot se envolveu em polêmicas por declarações consideradas racistas e apoio a figuras da extrema direita francesa. Apesar de se manter reclusa, alternando entre Saint-Tropez e sua propriedade no interior, ela manteve visibilidade internacional devido a sua militância e posições controversas.
Últimos anos de vida
Nos últimos anos, Bardot viveu cada vez mais isolada, sem utilizar celular ou computador e fazendo raras aparições públicas. Em 2023, enfrentou problemas respiratórios e, em outubro de 2024, passou por cirurgia considerada simples em Toulon.
