Novo escândalo durante a gestão de John Textor no Lyon vem a tona

Clube francês está apurando irregularidades que envolvem “transferências fantasmas” de jogadores do Botafogo que nunca chegaram a atuar na equipe

03 dez, 2025
John Textor durante entrevista coletiva no Lyon em 2024 | Reprodução/Getty Images Embed/Romain Biard
John Textor durante entrevista coletiva no Lyon em 2024 | Reprodução/Getty Images Embed/Romain Biard

Uma investigação interna está em curso nas finanças do Lyon e segue analisando transações feitas durante a gestão do norte-americano John Textor entre julho de 2024 e março de 2025. Segundo a nova diretoria do clube francês, cinco jogadores que atuaram no Botafogo no último ano foram comprados pelo clube, porém quatro deles nunca atuaram pelo OL.

A empresa de investimentos MCCP Investment Partners, responsável pelo adiantamento dos valores, cobra agora do Lyon o pagamento dos valores com juros.

“Maior escândalo herdado da era Textor”

Primeiro veículo a divulgar a informação, o jornal L’Équipe afirma que este foi o “Maior escândalo herdado da era Textor”. O motivo envolve transferências tratadas como “fantasmas” de cinco jogadores que em 2024 integraram o time principal do Botafogo. São eles: Thiago Almada, Igor Jesus, Luiz Henrique, Jair Cunha e Jefferson Savarino. Destes, apenas o primeiro atuou no Lyon, mas por empréstimo, já que clube estava impedido de realizar novas contratações por conta de uma punição da Ligue 1.

Segundo documentos obtidos, no período de julho de 2024 até março deste ano, a compra dos cinco jogadores alcançou cifras próximas a 120 milhões de euros (cerca de R$ 742,12 milhões). Para obter o valor de maneira mais rápida, a MCCP Investment Partners adiantou a quantia de quase 100 milhões de euros sob a condição de que o montante seria devolvido com juros pelo Lyon.

Outro agravante é que as transferências dos jogadores não chegaram a ser protocoladas pela Liga Profissional de Futebol da França (LFP), e que o jogador Igor Jesus, por exemplo, foi posteriormente vendido para o Nottingham Forest, da Inglaterra, sem ao menos ter estreado no clube francês. O Botafogo afirma que os trâmites jurídicos seguiram o protocolo e que questões relacionadas diretamente ao Lyon impediram o registro.


John Textor e Michele Kahn (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Eurasia Sports Images)


Credores pressionam o Lyon por dívidas

Nas últimas semanas, a MCCP Investment Partners, representada pelo vice-presidente Vikram Nayyar, cobrou da diretoria do OL, a primeira parcela do acordo financeiro, equivalente a 41,5 milhões de euros. Outra cobrança que está sendo feita ao clube francês é do próprio Botafogo. No e-mail datado em 18 de julho deste ano, o CEO da SAF, Thairo Arruda, cobra o valor de R$ 418 milhões da atual presidente do Lyon, Michele Kang e de Michael Gerlinger, pessoa responsável pela gestão dos clubes que fazem parte da Eagle Football Holdings.

Um trecho da mensagem diz que “medidas adotadas por órgãos reguladores na França comprometeram o funcionamento dessa integração, resultando na interrupção dos acordos de cash pooling que vinham sendo benéficos para todas as partes. Diante deste cenário, tornou-se necessário formalizar, por vias legais, que o atual desequilíbrio financeiro entre as entidades aponta para a necessidade de reembolso à SAF Botafogo por valores anteriormente emprestados”.

No período das transações envolvendo a venda dos cinco jogadores, John Textor estava à frente do Lyon e o Botafogo. Com os problemas financeiros que quase decretaram o rebaixamento do clube francês, Textor renunciou e Michele Kahn assumiu a presidência em seu lugar. Mesmo que seja dito pelo antigo mandatário que o valor antecipado das receitas tenham sido utilizados para melhorar a saúde financeira do clube, o executivo Stephen Welch assumiu a missão de auditar as contas do Lyon e definir o que é devido a cada um dos envolvidos.

Mais notícias