Jorginho ganha protagonismo no Flamengo e mira 2025 vitorioso

Em conversa exclusiva, o volante do Flamengo fala sobre seu protagonismo, a rápida adaptação ao clube e a escolha de retomar a carreira no Brasil

29 nov, 2025
Jorginho Frello, meio-campista do Flamengo | Reprodução/Instagram/@jorginhofrello
Jorginho Frello, meio-campista do Flamengo | Reprodução/Instagram/@jorginhofrello

A contratação de Jorginho pelo Flamengo, em junho, rapidamente se mostrou determinante para o clube. O jogador de 33 anos ganhou protagonismo e passou a ser peça-chave nas campanhas rubro-negras no Brasileirão e na Libertadores.

Em conversa exclusiva com o ge, o ítalo-brasileiro avaliou o momento e celebrou a chance de atuar pela primeira vez no futebol brasileiro, mesmo em fase mais madura da carreira.

Liderança natural

A torcida rubro-negra já se acostumou à presença marcante de Jorginho, que rapidamente assumiu papel de liderança no elenco. Dentro ou fora de campo, o meio-campista se destaca pela comunicação constante, orientando companheiros, ajustando posicionamentos e influenciando diretamente na organização da equipe. A impressão é de que o jogador tem longa trajetória no clube, embora tenha disputado apenas 27 partidas até aqui.

“Acredito que esse espaço se conquista pela disponibilidade do grupo. O grupo maravilhoso que temos, de jogadores humildes e que todo mundo olha na mesma direção. Eu chego de uma maneira tranquila, só querendo o bem de todo mundo. Acho que eles entenderam isso rapidamente também.

Eu só queria o bem do Flamengo. Consegui me adaptar rápido pelas informações que recebi sobre como iria jogar, entendi o que o treinador queria e as características dos meus companheiros, o que cada um poderia aproveitar melhor. Depois disso, com conversas e convivência no hotel, tudo ajudou muito na chegada e na adaptação. Com o tempo, dia após dia, você acaba conquistando essa confiança, que é muito importante”, avaliou o jorgador rubor-negro.


Jorginho em campo com o Flamengo pela Libertadores (Foto: reprodução/Instagram/@jorginhofrello)


Importância da família

Jorginho foi direto ao explicar por que escolheu defender o Flamengo: o tamanho do clube, uma viagem ao Rio de Janeiro ao lado da esposa e a presença de Filipe Luís pesaram na decisão — sempre com a adaptação da família como prioridade.

A família, aliás, é o alicerce de toda a trajetória do meio-campista. Ele recorda com carinho a origem da veia futebolística, herdada da mãe, Maria Tereza, sua primeira treinadora. Nascido em Imbituba (SC), Jorginho cresceu jogando bola na praia e no quintal de casa. A mãe, que precisava driblar proibições impostas às mulheres que queriam jogar futebol, ganhou do pai o apelido de “Zico”.

O talento para o futebol sempre esteve presente na família de Jorginho. O avô e o irmão dele já praticavam o esporte, e a mãe, Maria Tereza, herdou essa paixão mesmo em um período em que meninas eram desencorajadas a jogar. Por isso, costumava sair escondida de casa para participar de partidas e acabou recebendo do pai o apelido de “Zico”.

Foi essa convivência que marcou a infância de Jorginho. Ele cresceu observando a mãe jogar, treinando ao lado dela e recebendo as primeiras orientações técnicas. Os dois costumavam ir à praia aprimorar domínio de bola, finalização e outros fundamentos. A ligação entre mãe e filho era forte, e o jovem acompanhava suas partidas e compartilhava com ela os primeiros passos no esporte, vínculo que permaneceu até os seus oito ou dez anos.

O atleta também relembrou a decisão de deixar a casa dos pais aos 13 anos para treinar em uma escolinha parceira do Brusque. Graças a um convênio entre o clube catarinense e empresários italianos, foi levado aos 15 anos para o Hellas Verona, na Itália.

O início, no entanto, foi marcado por dificuldades: viveu em um convento, dividiu quarto com outros jovens e recebia apenas uma mesada simbólica. Mais uma vez, encontrou na família a força necessária para seguir adiante.

Tive a sorte de ter uma família que me apoiou muito e me deu conselhos importantes para continuar em busca do meu sonho. Teve um momento em que eu quis desistir, e meus pais foram determinantes para que eu seguisse. Vi meninos da minha idade desistirem por causa das dificuldades, que eram reais, e infelizmente nem todos tinham o empurrão da família. Eu tive essa sorte”, finalizou Jorginho.

Jorginho vive grande fase antes da final em Lima

Após 15 anos no futebol europeu e com passagem consolidada pela seleção italiana, Jorginho demonstra que sempre manteve portas abertas no Brasil. Sua rápida adaptação ao Flamengo reforça essa percepção e aumenta a expectativa por um desfecho positivo nesta nova fase da carreira.

Neste sábado (29), Flamengo e Palmeiras disputam a final da Libertadores em Lima, às 18h (de Brasília). O confronto é tratado como histórico não apenas pela rivalidade recente, mas também por reeditar a decisão de 2021. Além disso, o duelo no Peru definirá o primeiro clube brasileiro a conquistar o tetracampeonato do torneio.

Caso levante o título continental, o Flamengo ainda poderá repetir o roteiro de 2019. Para confirmar também o título do Brasileirão, a equipe precisa vencer o Ceará na próxima quarta-feira (3).

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