Entre hits do ano e clássicos natalinos, a música embala 2025
Dos sucessos que dominaram as plataformas aos clássicos que embalam o Natal, a música marca 2025 com emoção, memória e identidade cultural
Todo ano deixa rastros e, em 2025, eles vieram embalados por refrões que atravessaram telas, ruas e fones de ouvido. As músicas mais ouvidas do período ajudam a traduzir não apenas tendências do mercado, mas também emoções coletivas, hábitos culturais e afetos compartilhados ao longo dos meses.
Dados divulgados pelo Spotify mostram um retrato claro desse comportamento. No cenário global, Bad Bunny reafirmou seu domínio ao liderar, pela quarta vez, o ranking de artista mais ouvido do mundo. O cantor porto-riquenho também emplacou o álbum mais reproduzido do ano, Debí Tirar Más Fotos. Na sequência, nomes como Taylor Swift, The Weeknd, Drake e Billie Eilish reforçam a força de artistas que transitam entre diferentes gerações e estilos. Entre as músicas, “Die With A Smile”, parceria de Lady Gaga e Bruno Mars, se destacou como um dos maiores sucessos de 2025.
No Brasil, a trilha sonora do ano manteve raízes bem definidas. Henrique & Juliano lideraram o ranking nacional pelo segundo ano consecutivo, seguidos por artistas como Grupo Menos É Mais, MC Ryan SP e Jorge & Mateus. A música mais ouvida do país foi “Tubarões (Ao Vivo)”, de Diego & Victor Hugo, confirmando a força das gravações ao vivo e da conexão emocional que elas estabelecem com o público.
Quando o calendário vira, a música permanece
Com a chegada de dezembro, o consumo musical ganha outro ritmo. As plataformas passam a refletir um comportamento que se repete ano após ano: a busca por canções que despertam memória, afeto e tradição. Segundo dados do Ecad, músicas natalinas continuam dominando as execuções no período, com destaque para “Então é Natal”, eternizada na voz de Simone, e “Vem Chegando o Natal”, interpretada por Aline Barros.
Vem chegando o natal é um clássico que todo ano está presente na casa de muitos brasileiros (Vídeo: reprodução/Youtube/@AlineBarros)
Essas canções dividem espaço com sucessos internacionais que atravessam décadas e continuam dominando as paradas globais. Na semana do Natal, o topo da Billboard Global 200 foi ocupado exclusivamente por músicas temáticas, com “Last Christmas”, do Wham!, alcançando o primeiro lugar. Logo atrás, “All I Want for Christmas Is You”, de Mariah Carey, manteve sua presença histórica entre as mais ouvidas do mundo, enquanto “Golden”, de HUNTR/X, EJAE e REI AMI, completou o pódio. Lançada nos anos 1990, a canção de Carey segue quebrando recordes e reafirmando seu status de fenômeno atemporal, ao dialogar com a memória afetiva de diferentes gerações e reforçar o poder emocional que a música exerce neste período do ano.
All I want for Christmas is you da Mariah Carey (Vídeo: reprodução/Youtube/
Tradição, memória e repetição: por que o Natal soa sempre familiar
O sucesso recorrente das mesmas canções revela um padrão: no Natal, o novo cede espaço ao familiar. Diferentemente de outros períodos do ano, as festas de fim de ano valorizam repertórios já conhecidos, associados a lembranças familiares, rituais e encontros. É nesse contexto que músicas lançadas há décadas continuam ocupando o topo das paradas, enquanto novidades disputam espaço com dificuldade.
Então é natal, clássico nos lares brasileiros interpretado por Simone (Vídeo: reprodução/Youtube/
No Brasil, esse fenômeno encontra um símbolo definitivo em “Então é Natal”. A canção atravessou gerações, formatos e tecnologias, mantendo-se viva na memória coletiva. Assim como outros clássicos do repertório natalino mundial, ela deixou de pertencer a um tempo específico para se tornar parte do imaginário afetivo de milhões de pessoas.
Entre sucessos do presente e melodias que resistem ao tempo, a música cumpre sua função mais bonita: dar voz às emoções, embalar encontros e marcar épocas — como trilha das histórias que vivemos e que o tempo não apaga.
