Daya Molina apresenta coleção unindo herança familiar e moda brasileira
Na coleção Céu de Nana, a estilista indígena homenageia avó ao transformar em roupas a conexão profunda entre o céu, o plano espiritual e a terra
A estilista indígena Daya Molina apresentou, neste sábado (8), a coleção Céu de Nana da sua marca Nalimo que homenageia sua avó, indígena da etnia Fulni-ô. Após três anos da partida de sua avó, Daya buscou traduzir a memória que tinha da primeira pessoa que lhe ensinou a bordar e costurar. Com peças que misturam alfaiataria e bordado, a estilista foi destaque na Casa dos Criadores.
Nalimo e a identidade
Neta e bisneta de costureiras, Daya iniciou sua carreira aos 17 anos em um ateliê de fantasias no Rio de Janeiro. Tendo como base a valorização da cultura indígena e a forte ligação com o meio ambiente, a Nalimo é feita e liderada 100% por mulheres e busca colaborar com o desenvolvimento econômico de diversas comunidades indígenas.
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Day Molina homenageia sua avó em nova coleção (Vídeo: reprodução/Instagram/@molina.ela)
Daya Molina foi a primeira mulher no Brasil a falar sobre a representação indígena na moda, criando o movimento Decolonize a Moda e inspirando mudanças estruturais no cenário global do mercado de moda.
Bordados que contam histórias
Daya afirmou que criou uma coleção “como quem ergue um altar de memória à minha querida Nana”. A estilista, que reforça a importância da presença de coletividade feminina em sua vida, buscou trazer peças de alfaiataria com bordados e crochês “com carinha de vó”, que adornam blazers, vestidos e também se transformam em saias.

Day Molina homenageia sua avó em nova coleção (Foto: reprodução/Instagram/@beautekillers)
Na rede social da marca, Daya afirma que a intenção com essa coleção, além da homenagem feita para a sua avó, é de representar esse estado cíclico da vida e a sua conexão com o Orum, também nomeado de mundo espirtual ou céu. “A vida é cíclica, feita de começo e recomeços. Nesta edição, trazemos a terra o ‘céu de Nana’”, declarou a estilista.
A estilista explorou texturas, silhuetas e tecidos, finalizando a apresentação com um look que remete à silhueta de uma santa: um véu bordado cobre a modelo, enquanto o rosto da avó de Daya aparece estampado em uma camisa.
